A reescrita.

Porque nos momentos em que mais precisamos, ninguém nos ouve. O soluçar do choro, rasgando a noite, é abafado pelas quatro paredes e repercute, ecoando, dentro dos meus ouvidos. E minha mente, se desencontra, estando tão confusa que nem ao menos eu consigo decifrá-la. E, enquanto isso, meu coração vazio e lento, continua a bater, incessantemente dentro de mim, para me recordar apenas que ainda estou aqui, existindo, vivendo.

Dor, frustração, medo, angústia, melancolia, saudade, arrependimento e... lágrimas. Porque no final do dia, a solidão retorna, tornando-se sua fiel companhia e os sentimentos dilacerantes são os únicos sobreviventes.













Quando tudo está tão incerto e no lugar, e a esperança já não me acompanha mais. As lágrimas me motivam a apenas tentar acabar com a minha dor e a fugir dos meus temíveis pesadelos; a escrever, não para os outros lerem e nem por um motivo nobre, mas apenas para me livrar um pouco de mim mesma, descarregar meus momentos íntimos mais sentimentais em uma folha de papel. Um momento de reconhecimento, de auto-ajuda e instantes só meus, que possam silenciar a minha dor e as minhas lágrimas.

22/11/2010.